Lua Nova em Virgem: o tempo do Templo

Este é o tempo do meu CORPO, o território físico onde habita a chama sagrada (o espírito) que me anima. Observo-o, não de fora, mas contemplando-o a partir de dentro, sentindo-Me. Deixo-me de tensão e dedico-lhe atenção pormenorizada. Detecto os maus hábitos para com o meu corpo (a má postura, as horas insuficientes de sono, a alimentação desregrada, a falta de exercício e de sol e de sal, a crítica excessiva…) e corrijo-os de imediato, alinhando-me com o que a intuição e a lógica me dizem que é o melhor. Purifico o meu corpo para que seja digno do Eu que o vivifica. Agora, cuido da minha saúde.

Este é o tempo do meu TRABALHO, a actividade a que me dedico todos os dias e que me faz sentir funcional e devidamente encaixada num todo maior. Analiso detalhadamente as minhas rotinas (os métodos e meios que uso, a sequência das etapas, a qualidade das ferramentas, a relação com os colegas) e avalio a sua pertinência e real utilidade. Verifico se o que faço na prática é estimulante para mim, se está de acordo com aquilo em que acredito e se a experiência que acumulo se vai transformando em maior conhecimento e competência. Identifico onde e como desperdiço tempo e talento para assim reorganizar as minhas tarefas e agenda. Reprogramo o dia-a-dia para desempenhar com maior eficiência todas as funções que me proponho cumprir e sonho que as gotas de suor do meu rosto se juntam às de todos os outros num regadio que assegura a fertilidade da Terra e as boas colheitas. Agora, cuido do meu serviço ao mundo.

Este é o tempo do meu RITUAL, o momento em que, de olhos semicerrados, me aproximo deliberada e metodicamente do Caos, pai de todas as coisas, para humildemente devolver os materiais que não fui capaz de usar, as ideias que não estive à altura de implementar, as situações a que, por apego, me agarrei tempo demais e tudo aquilo que na minha pequenez não consigo suportar mais. Em troca, abro-me para receber do Caos uma inspiração inseminadora que, dentro das minhas capacidades e limitações, eu esteja à altura de assimilar, compreender e materializar na Terra, de maneira a ajudar a criar uma nova ordem, melhor para todos. Agora, cuido do meu altar.

 

A Lua nova em Virgem é o início do tempo do Templo – a estrutura arquitectada para o culto da Vida. O tempo de aprimorar o corpo, o trabalho e o ritual. Com o altar limpo, o serviço afinado e a saúde renovada, nutrindo no ventre um profundo desejo de aperfeiçoamento, estou pront@ para um novo ciclo.

 

 

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O eclipse e as tábuas da remodelação

tábuas da remodelação

Em período de eclipses, os senhores das obras (Saturno e Plutão), de alicate em punho, arrancam os pregos enferrujados das tábuas da nossa vida já meias comidas pelo bicho.

Serras, lixas, pó, ruídos arrepiantes e ensurdecedores, uma grande azáfama para concluir o serviço de remodelação antes que a luz se apague. As tábuas da Lei, do soalho e até das portas antigas onde se gravaram nomes dentro de corações rangem amedrontadas com a desconstrução que é certa.

Tão implacáveis quanto competentes os senhores das obras falam assim:

– Ó Saturno, esta tábua tá boa?

– Essa podre? Óbvio que NÃO, Plutão!

E atiram-na à bruta pró monte de entulho da demolição.

Uma por uma, todas as tábuas, (en)traves, vigas, rodapés malvados com letras pequeninas, e toda a sorte de r.i.p.as de estruturas disfuncionais onde nos temos apoiado são minuciosamente inspeccionadas pelos peritos senhores das obras. É simples o seu critério: se tem caruncho não é tábua de salvação!

Bem longe da obra, ao norte, uma menina feliz (Vénus), sem história nem apegos, faz tábua rasa dos conselhos dos velhos do sul e sonha. Dentro do sonho – para nós orientador – um jardim hexagonal de Flores da Vida e, no seu centro, junto à fonte sagrada, a sua nova casa toda reconstruída em Tábua de Esmeralda.

eclipse lunar

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Lua Cheia em Escorpião com Marte em Caranguejo e Vénus-Urano em Touro

lua cheia de escorpião 2019 inesbernardes

Hoje, dia 18 de Maio de 2019, temos a Lua Cheia em Escorpião, no grau 27.

Esta lua cheia abre portas para revisitação do passado e assinala um importante período de esclarecimento sobre o que tem ou não tem valor actualmente na tua vida, de maneira a poderes decidir sobre o que transportar para o futuro.

[Nota: o que tem valor provavelmente é o que dá paz interior e conquista-se em batalha com as próprias sombras com a determinação de um guerreiro. A paz interior é muito diferente da paz podre mantida para as aparências e para não perturbar o status quo – digo eu] .

O que constatas agora que, de facto, tem valor para a nova versão de ti mesmo/a apesar de ser um pouco estranho, invulgar, radical, não testado previamente ou até chocante (por exemplo: um relacionamento, uma atitude, uma ideia, um objecto, uma proposta…) pode e deve ser aprofundado ou posto em funcionamento sem reservas, enfrentado o medo de não teres a maturidade, a estrutura e a força suficiente para conduzires a situação para a frente, até às últimas consequências.

O aprofundamento e a fusão com aquilo que te é intuitivamente mostrado pela tua alma que tem valor, conduzir-te-á ao contacto e exploração de camadas mais refinadas de prazer, segurança e conforto face às incertezas que por agora compõem a tua vida e que vieram para ficar durante mais 7 anos.

Por sua vez, o que neste momento verificas que já não tem valor, já não te alimenta, já não gratifica… das duas uma: ou transformas a sua função num rasgo criativo para que isso (repito: um relacionamento, uma atitude, uma ideia, um objecto, uma proposta, etc…) possa acompanhar a tua necessidade premente de maior prazer e liberdade e assim cumprir ainda algum propósito bonito na tua vida ou então simplesmente eliminas, descartas e entregas aos deuses para que Eles se encarreguem amorosamente da sua reciclagem enquanto tu te encarregas do que só a ti compete: a renovação da qualidade da tua própria existência e comportamento, apesar das inseguranças e dos imponderáveis.

A insistência em manteres o que já está mais que visto que não te serve é garantidamente um caminho escorregadio que conduz ao poço fundo e estreito das emoções doentias e apegos repetidos, tóxicos, a cheirar a mofo, que te envenenam, abafam a voz da intuição e te mantêm eternamente inseguro/a, frágil e infantilizado/a.

Para aproveitares a oportunidade desta lua cheia em Escorpião há que antes de mais avaliar a situação e então aprofundar, reciclar ou eliminar dependendo da conclusão a que chegas sobre o (teu) valor. A lua cheia traz mais luz e clareza no processo de avaliação (isso é garantido!), o resto só depende da tua coragem para travares batalhas sadias que te colocam ao serviço da alma e da renovação.

 

Feliz lua cheia!

PS: sobre este tema da lua cheia em escorpião lê também o meu artigo da edição de Maio na revista Observa Magazine nas páginas 40-41.

 

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Lua Nova em Sagitário com Mercúrio estacionário

Mercúrio estacionário, Lua Nova em Sagitário quadratura a Marte-Neptuno

Numa manhã de Mercúrio estacionário e Lua Nova em Sagitário em quadratura com Marte-Neptuno, levantas a cabeça em direcção ao teu horizonte, mas o tempo é de nevoeiro e não vês muito mais do que 2 ou 3 palmos à frente do nariz. Gostarias de chegar já ao destino que imaginas cheio de glórias e choras as densas nuvens que te impedem de ver com clareza o percurso.

Uma estranha certeza faz-te acreditar que, para lá desta zona de névoa em que estás, o cenário vai ser bom e belo, sentes que é promissor e, por isso, gostarias de avançar mesmo às cegas, com fé que serias bem guiado/a por um poder divino, superior.

Felizmente, uma parte de ti sabe que nem tudo é uma questão de fé e que às vezes faz falta um pouco de café para abrir a pestana e despertar a atenção e a razão quando elas estão adormecidas. É que numa viagem destas (quase uma missão) há que verificar o sentido, gerir esforços e contornar obstáculos, senão… será uma desilusão!

A aventura que te conduzirá ao paraíso vai certamente começar, mas antes pára, certifica-te que não estás a fugir a um compromisso e se necessário ajusta a tua rota! O convite no imediato é para esperar, observar com os olhos bem abertos e, antes de partir, garantir que não vais delirante em busca de miragens esfumadas e que levas na mochila não só boa vontade e inspiração mas também as recentes aprendizagens sobre excesso de expectativas, liberdade, sombra e abuso de poder.

De mapa na mão e com um novo sentido, faz uma boa viagem!

Urano regressa a Carneiro, Lua Nova em Escorpião, Júpiter (quase) em Sagitário

Lua Nova em Escoprião 2018

Hoje inicia-se um mês lunar particularmente importante, intenso e profundo.

Bastaria tratar-se de uma Lua Nova em Escorpião para justificar o poderoso impacto do momento presente, no entanto, há outros movimentos astrológicos muito significativos a ocorrerem em dias sucessivos, numa sequência curiosa e que fazem desta lunação um momento chave para uma nova liberdade.

  • Dia 6 – Urano regressa a Carneiro
  • Dia 7 – Lua Nova a 15º de Escorpião
  • Dia 8 – Júpiter ingressa em Sagitário
Urano em movimento retrógrado regressa a Carneiro

O regresso de Urano a Carneiro é um convite a relembrar as batalhas dos últimos 7 anos que foram marcados por processos de redescoberta de identidade e conquistas de liberdade e independência. Nestas batalhas (cada um travou as suas) as vitórias que nos encheram o peito de medalhas foram geradas pela coragem de conduzirmos a nossa vida de acordo com a nossa mais pura vontade. Por sua vez, as derrotas foram geradas pelo egocentrismo e excesso de individualismo e deixaram cicatrizes profundas e feias.

Urano ficará em Carneiro até Março 2019 e até lá é importante relembrar o caminho feito para sintetizar e integrar as lições aprendidas. Talvez as aprendizagens mais importantes tenham sido:

  • é fundamental sentirmo-nos vivos, apaixonados pela vida e com a autonomia para agirmos de acordo com a nossa intuição e verdade do momento,
  • não compensa (não satisfaz a alma) avançar sozinho contra tudo e contra todos em nome da liberdade e do direito a ser quem se é.
  • É preciso não só assumir, mas também redimensionar os impulsos e a força individual, para que esta não cause autodestruição mas antes contribua positivamente para a liberdade e o progresso (em) comum.
Lua Nova no grau 15º de Escorpião

A Lua Nova de hoje dá-se no grau 15 de Escorpião. Não é um grau qualquer. É o fim da chamada “via combusta” (de 15 de Balança a 15 de Escorpião) onde se queima tudo o que não é eterno na nossa vida e em nós … e por isso se o espírito que somos não estiver presente, queimamo-nos também em dor e sofrimento… (o que é que ardeu à tua volta nas últimas semanas?).

Mas se o espírito estiver presente, abre-se a porta para uma nova via (eu chamo-lhe via alquímica: de 15 de Escorpião a 15 de Sagitário) e por entre as cinzas de tudo o que ardeu, renasce a possibilidade de movermos a vontade e o poder pessoal em direcção a algo que transcenda o perímetro umbilical dos medos e desejos individuais e que tenha um propósito nobre não pessoal mas colectivo.

Este “colectivo” que podes ajudar a desenvolver (e curar) se assim escolheres passar além da dor, provavelmente não é nenhum sonho (talvez até seja um pesadelo)… e pode ser a parceria tosca que criaste, o teu casamento coxo, a tua família desestruturada, a organização corrupta em que trabalhas, a associação com interesses por trás a que pertences, o movimento supostamente nobre a que te juntaste, o teu país desafinado, a violência na humanidade.

A ideia que quero transmitir (e que não é nova) é que há alguma situação desconfortável de que andas a querer fugir em nome da tua identidade e liberdade, mas que será muito mais interessante se aí puderes ficar, no único lugar onde podes de facto (mas a seu tempo) fazer mudanças úteis para todos. Ficar aí, junto ao calor abrasador da forja onde o ferreiro (que é Deus) te funde com outro(s) e vos “martela” para unir o que se aproveita das vossas vontades mais puras até que uma forma melhor de ser e de agir em conjunto surja.

Esta Lua Nova no grau 15 de Escorpião (verifica onde calha no teu mapa astral) é portanto mais um ponto de viragem fundamental no processo de transformação que temos vindo a sentir e a viver.

Júpiter ingressa em Sagitário

Amanhã, dia 8 de Novembro, Júpiter ingressa em Sagitário iniciando o período de um ano de visões inspiradas, de expansão e crescimento pessoal e aventuras novas.

Todas estas e outras oportunidades e riscos (que irei desenvolver num artigo próprio sobre Júpiter em Sagitário) far-se-ão sentir sem dúvida ao longo dos próximos 13 meses. No entanto, o que acho importante salientar agora é que no momento da Lua Nova, nesse preciso momento que marca o início do mês lunar que temos pela frente, Júpiter ainda está em Escorpião, no último grau, o grau que representa a saída do inferno (29°Escorpião) antes da entrada no céu (0° Sagitário).

Na minha visão, esta é uma indicação de que antes de podermos desfrutar plenamente de uma etapa nova mais abundante, expansiva e aventureira há que “aguentar os cavalos” e explorar um pouco mais o submundo escorpiónico da sombra e poder pessoal para podermos curar as últimas feridas da intimidade.

Em suma:

Temos à nossa frente um mês em que há a oportunidade de redespertar o herói corajoso em nós (Urano em Carneiro) que assume a sua liberdade, sem individualismo e sem fugir às próprias feridas, contribuindo para um bem maior na medida em que tem a coragem de se fundir com outros na forja alquímica da Vida, desbravando o caminho de esperança para melhores horizontes comuns.

 

Feliz Lua Nova em Escorpião!

 

Para explorar estes ou outros temas  numa consulta privada comigo contacte-me.

Lua Cheia em Touro oposta a Vénus retrógrada

Lua cheia em Touro

Hoje dá-se a Lua cheia em Touro, numa configuração forte com outros planetas, trazendo por isso uma proposta importante sobre transformação.

Em termos astrológicos, no mapa do momento da lua cheia, a Lua está em conjunção com Urano em Touro, oposta ao Sol conjunto a Vénus retrógrada em Escorpião, em quadratura exacta com os nódulos Lunares no eixo Leão/Aquário, acontecendo tudo isto nos últimos dias da passagem de Júpiter em Escorpião.

Em linguagem corrente, e na minha óptica, a mensagem por detrás dos símbolos é resumidamente esta: É urgente desapegarmo-nos de pessoas, coisas, hábitos, atitudes e comportamentos que nos têm mantido friamente aquém do gozo pleno da felicidade e aos quais só estamos apegamos por medo de envolvimento profundo com a vida.

O envolvimento profundo com a vida é estarmos disponíveis para o desconhecido e para a mudança sem nos agarrarmos a formas ilusórias de segurança. O drama é que o envolvimento profundo com a Vida (assunto de Escorpião) é coisa assustadora porque mais parece morte. Isto porque requer o atravessar simbólico de um túnel escuro que, à vista desarmada (ou desalmada) não oferece garantia nenhuma de passagem para um cenário melhor e ainda implica deixar para trás formas de ser e de estar que no passado deram segurança (porque nos protegeram de algum tipo de medo) – mas que, na realidade, são atitudes rígidas, cristalizadas que se tornaram fardos pesados e que no momento actual só atrapalham!

O fardo

Este fardo pesadão que cada um de nós tem arrastado, em certa medida foi útil no passado, pois permitiu que nos protegêssemos de algo que temíamos e que ainda não estávamos preparados para enfrentar.

Para alguns, este fardo inconsciente disfarçado de segurança pode ser um relacionamento aprisionador (medo de estar só), para outros um emprego aborrecido (medo de arriscar), um imóvel incomportável (medo de perda de status), um projecto parado (medo do vazio), uma forma rígida de trabalhar (medo de perder o controlo), comida em excesso (medo de crescer ou da intimidade), uma atitude procrastinadora (medo de decidir ou do confronto), um comportamento preconceituoso (medo do desconhecido, medo da verdade, medo da própria sombra)…

Enfim, há múltiplas formas de manifestação, mas a ideia a reter é que se trata de algo pesado e inerte, de que estamos por estes dias a tomar consciência, e que precisa ser libertado para se começar um processo de acelerada transformação para uma vida mais entusiasmante.

O processo de transformação

Devido ao facto da Vénus estar retrógrada em Escorpião conjunta ao Sol, o processo de transformação parece ser activado por uma revisitação/reencenação de situações do passado que deixaram algum tipo de trauma ou de desconforto em relações interpessoais ou na relação com a matéria (dinheiro, corpo, natureza). Tratando-se de Escorpião é bem possível que estes assuntos (estas sombras que é preciso iluminar) estejam relacionados com abuso de poder, perseguição, morte, dívidas, investimentos, manipulação, sexualidade, tabus, extremismo ou preconceitos.

Uma vez que estas situações não ficaram bem resolvidas no passado, voltam agora à consciência para poderem ser revistas, reinterpretadas e resolvidas de maneira a que a nossa auto-imagem possa ser curada. Por isso, talvez te envolvas em discussões sobre assuntos polémicos que mexem com os teus valores viscerais, talvez reencontres ou recordes alguém do passado que toca em preconceitos, tabus ou feridas por sarar, talvez discutas com o teu parceiro/a sobre a estagnação e a liberdade na relação, talvez as pessoas que comunicam contigo carreguem nos teus “botões” de destruição ou manipulação, talvez experimentes uma situação nova que faz reviver um episódio que te perturbou no passado…

Porque a Lua está conjunta a Urano e o Nodo Sul está em Aquário, a atitude mais imediata é provavelmente de explosividade, de corte ou de distanciamento da situação que incomoda para tentar (ingenuamente) recuperar o conforto. Mas o Nodo Norte em Leão, regido pelo Sol em Escorpião indica que o caminho a seguir é de permanência na situação de coração aberto para enfrentar os medos mais profundos e disponível para uma intensa batalha – não entre egos, mas entre a luz da consciência e a própria sombra.

Por isso, é apenas natural que os encontros sejam carregados e que tragam ao de cima o lixo psicológico e os fardos que precisam ser analisados e cuidados antes de poderem ser deitados fora para que novas formas de ser e novos valores se possam enraizar.

 

Em síntese, esta lua cheia vem sublinhar e reforçar aquilo que todos andamos a sentir nas últimas semanas: há aspectos do nosso comportamento que estagnaram no tempo por medo e que agora são pesados fardos que não dá para transportar mais e há sombras (provavelmente preconceitos) que precisam de ser iluminadas para podermos renovar o senso de valor pessoal e avançar para uma fase de vida mais alegre, quente e autêntica, assim que Júpiter entrar em Sagitário.

Que cada um de nós tenha a presença de espírito para reconhecer os seus medos e sombras e a coragem para abandonar as atitudes correspondentes abrindo assim caminho para uma profunda transformação pessoal que conduzirá em breve à redescoberta da auto-estima, à expansão e à alegria!

 

Se quiseres saber mais e compreender melhor esta fase de forma personalizada, agenda uma sessão comigo.

 

Feliz Lua Cheia!

Eclipse da Lua em Aquário

Hoje, dia 27 de Julho, vai dar-se um eclipse da Lua no grau 4 de Aquário. Na casa astrológica onde tenhas este grau podes estar a sentir uma importante tensão que convida à mudança.

Nas últimas semanas, não tem havido ânimo nem paciência para nada e ainda menos para pensar sobre eclipses! Felizmente, Mercúrio ficou ontem retrógrado o que pode ajudar a criar o espaço mental necessário para um entendimento mais profundo sobre as tensões que este eclipse vem activar.

Ficam aqui algumas notas:

Um eclipse da Lua por si só já agita emoções e convida a uma resolução drástica (uma mudança acelerada na área de vida em que ocorre), mas este não é um simples eclipse: tem uma história mal resolvida por trás.

Desde 26 de Junho (quando Marte ficou retrógrado em quadratura com Urano) a nossa capacidade de dirigir a nossa energia (vitalidade) produtivamente para fins exteriores (trabalhar, batalhar, fazer exercício, afirmar a nossa vontade, conquistar, tomar as rédeas dos acontecimentos) começou seriamente a diminuir e aquelas situações e experiências que, em Maio e início de Junho, nos estavam a motivar e pareciam estar muito bem encaminhadas começaram a arrastar-se, a complicar-se, a desgastarem-te e a irritarem-te – e já lá vai um mês!

Especialmente aqueles entre nós que têm posicionamentos astrológicos junto ou entre os graus 28 de Capricórnio e 9 de Aquário começaram a ser revisitados por toda a série de problemas que tinham ficado pendurados ou mal resolvidos no passado devido à inércia ou ao medo (do futuro, de seguir em frente, de ficar condicionado, de arriscar, de destoar e ficar à parte…).

Uma zanga e revolta interna por tudo o que sentimos que devíamos ter feito antes e não fizemos, por tudo a que cegamente obedecemos e a que nos deveríamos ter recusado, por tudo o que engolimos sem ter propriamente mastigado, deu-nos a volta ao estômago, apertou-nos o chacra do plexo solar, ferveu-nos os miolos, envermelheceu-nos o pescoço, engrossou-nos a jugular… e fez-nos (provavelmente) disparatar. Para os menos capazes de lidar com pressões, adivinho vistosas explosões.

O eclipse de hoje vai acontecer precisamente com a Lua cheia e a Cauda do Dragão a fazerem conjunção com Marte retrógrado e quadratura com Urano em Touro. Naturalmente, esta combinação vem reactivar ou acentuar com alta voltagem a tensão, a luta de egos, a impaciência, o sentimento de revolta e a frustração interna que se vêm acumulando.

Como a Cauda do Dragão tem tendência a levar-nos a escorregar na casca da banana do passado, repetindo comportamentos automáticos que não nos permitem avançar, o mais provável (para a grande maioria) é que o eclipse se manifeste em tremenda teimosia, gritos, pratos partidos, estilhaços e destruição de laços, na tentativa tosca de aliviar a pressão, fazer justiça e trazer libertação.

Mas eu acredito [e promovo – para isso escrevo!] que a nossa resposta pode ser muito, muito diferente, se soubermos parar e escutar o coração (que é o que nos pede Mercúrio retrógrado em Leão)! Isto porque em posição diametralmente oposta à do quezilento Marte e à da Lua passada (ups, eclipsada, quero dizer) teremos o Sol e a Cabeça do Dragão em Leão a apontar um melhor caminho, embora mais difícil porque para essa direcção não há uma resposta automática ou aprendida na manga, é preciso inventá-la e experimentá-la e não é nada confortável.

Este caminho para onde o Sol e a Cabeça do Dragão apontam é o da dignidade, da generosidade e do poder da criatividade de Leão face às tensões em Touro e Aquário.

  • Dignidade: Vais agir para resolver as tuas tensões e conflitos mantendo a lealdade aos teus mais nobres princípios (quais são?), sem te precipitares pelo impulso e irritação do momento nem perderes a honradez e o sentido de quem és? Respeitas-te verdadeiramente ou deixas-te arrastar pela corrente (a corrente de pensamentos e emoções, a corrente das massas, etc.)?
  • Generosidade: Podes irradiar carisma, humor e um grande sorriso compassivo mesmo se no teu processo de libertação pessoal alguém mais assustado com valores diferentes dos teus apontar uma arma ameaçadora ao teu grande e sensível coração? Podes ser luz e alegria para os dois, até que o outro recupere o seu centro?
  • Criatividade: Vais inventar formas de aproveitar e curtir com genuíno prazer a vida como uma criança feliz ou vais perpetuar os velhos hábitos deprimentes de auto-sabotagem (desistindo antes de fazer um esforço), de auto-agressão (através de vícios e excessos, por exemplo) e dos comportamentos passivo-agressivos (vitimização, falhas deliberadas para engonhar, manipulação, “tanto me faz, decide tu”)? Consegues gerar uma atitude nova de poder e força para a tua identidade com a qual te permites dizer o que queres e sentes com verdade e abertura sem brusquidão, frieza, distanciamento e ruptura?

Leão (onde está o sol e a cabeça do dragão neste eclipse da Lua) é o mais nobre e régio de todos os signos. Então, durante a fase mais reactiva, instável e imprevisível deste eclipse, durante os próximos meses em que o eclipse vai surtindo efeitos e (porque não?) durante o resto da vida, assume a tua majestade. Um verdadeiro rei (uma rainha) não se auto-agride, não se exalta, nem se passa, antes decide, responde e governa com confiança, serenidade e graça.

Mágua com Gás – Eclipse do Sol em Caranguejo

Durante esta noite de Lua Nova, no grau 20 de Caranguejo, vai dar-se um eclipse parcial do Sol.

Porque gostas de consagrar os momentos de lunação, esta noite, decides ficar sozinha. Vais para casa e quando entras, para teu espanto, encontras à tua espera o teu barman interno. Em cima do balcão do teu mini-bar, uma garrafa de MÁGUA COM GÁS.

O barman olha para ti com um olhar penetrante e irresistível e diz com voz grave e levemente rouca: “Toma, hoje vais ter que a beber”.

Incapaz de lhe responder verbalmente, de peito desgastado com tudo o que tens passado nas últimas semanas, rendes-te completamente à força da sua presença intensa (e até opressiva) e, como quem obedece a um comando, aproximas-te da tua garrafa de MÁGUA COM GÁS.

Ele desarrolha a garrafa num só gesto que faz de imediato soltar o cheiro nauseabundo daquela “mágua” que chega até ti e te faz chorar de medo do desgosto que já estás a sentir na boca e em todo o corpo.

À medida que ele verte o líquido turvo sobre o copo com toda a arte de quem sabe fazer sofrer, vêm-te à memória as tuas inseguranças, ressentimentos, tristezas e toda a espécie de emoções não resolvidas, mais recentes ou mais antigas, e então ele diz: “Agora bebe, bebé!”

Fechas os olhos, caem as grossas lágrimas que estavam sustidas entre as pestanas e ainda antes de poderes dar um soluço choroso já ele te fez descer impiedosamente garganta abaixo a tua MÁGUA COM GÁS que estava à tua espera para ser digerida.

As luzes desaparecem por uns instantes e parece-te que morres por dentro do desgosto amargo daquela MÁGUA COM GÁS fedorenta. Mas não. Abres os olhos e começas uma má e dura digestão!

O barman sexy e perverso já lá não está e no lugar dele vês o teu curador profissional preferido que abre os braços em forma de serpentes para te abraçar, conter e proteger enquanto choras, vomitas, esperneias e gritas como uma criança que sente, como a criança que és.

Ficam juntos assim, umas horas nisto, até que, depois de libertares todas as águas e todas as mágoas de todas as formas que havia por expressar, adormeces exausta nos braços do curador que sibilando de orgulho e respeito pelo teu trabalho interno te observa e protege durante toda a noite, até as luzes voltarem a iluminar o céu.

Quando dás por ti, acordaste super leve e sentes-te inocente – é um novo dia. Na mesa de cabeceira um papel em branco para escreveres ou desenhares o que quiseres e por cima dele um novo copo, agora, de água fresca, pura e hidratante mesmo a calhar para saciar a tua renovada sede devida!

Feliz Lua Nova! <3

Lua Nova em Peixes

Amanhã dá-se a Lua Nova em Peixes. Esta lunação faz-te entrar em contacto com uma fragilidade ou dor que já não é nova.

A tua fragilidade que contactas agora, pode ser física, emocional, mental ou espiritual e tem um caracter pisciano, isto é, é imensa, é insidiosa, é difícil de analisar, impossível de controlar é subtil, quase vaga… mas, ainda que não se veja, existe… e sente-se. Sentes?

Ao nível físico pode ser sentida como uma dor ou problema persistente ainda sem diagnóstico ou tratamento eficaz (No sistema linfático? No sistema nervoso? Nos pés? Na topo da cabeça? Uma estranha alergia? Ossos fracos?…).

Ao nível emocional pode ser vivida como a dor de um coração que não se liga a outro, que se sente sozinho (porque rejeita ou é rejeitado) que está perdido.

Ao nível mental pode ser a constatação de que se é demasiado idealista, desligado da realidade e dos factos, utópico, nada prático…

… e ao nível espiritual (sei lá eu!) pode ser a dor de quem se sente insignificante ou esquecido por Deus, incapaz de elevar a sua vibração o suficiente para sentir que está verdadeiramente à altura do Serviço que lhe coube e que é digno, nobre, fonte de Graça para todos.

A grande bênção desta lunação é que, ao mesmo tempo que nos põe em contacto com essa fragilidade ou dor (cada um terá a sua), dá-nos a oportunidade de iniciar, retomar ou concluir um processo de cura. Sim, um processo de cura acelerada e facilitada (é que já não há paciência para esta p0rr@!). Cura!

A cura, que esta lunação evoca, tem um método: requer antes de mais uma decisão pela direcção a seguir e também algum tipo de sacrifício (talvez o sacrifício de todas as outras direcções que não são para seguir agora). Regra geral não gostamos de fazer sacrifícios, principalmente se ninguém estiver ali a reconhecê-los e a aplaudi-los, mas este sacrifício tem muito de silencioso, secreto não é para ser escancarado. Qual é o sacrifício que a vida te pede agora para que te cures da tua fragilidade?

Para além de uma decisão sobre a direcção a tomar e o sacrifício a fazer, o método implica também forte auto-controlo e presença de espírito de modo a garantires que te mantens no processo de cura, custe o que custar (é preciso esforço). Em vez de fugires do desconforto, parece que agora é muito mais útil dares um passo atrás e manteres-te no “fogo” que o processo provoca, pois é com esse calor ardente que a Vida pode cozinhar uma versão melhor de ti e curar-te, se tu deixares. É que com Peixes escapar e estar ausente é fácil e (apesar de Saturno em Capricórnio) este processo de cura acelerada e facilitada não é obrigatório, é uma escolha.

Em suma: Toma atenção à tua dor ou fragilidade particular, recorda as opções no teu caminho e escolhe uma direcção a seguir. Faz o sacrifício necessário. Não fujas da dor e mantém-te presente no processo de cura, ainda que este seja um lugar estranho e (para já) desconfortável. Esforça-te. A promessa é a cura acelerada e facilitada, chave de uma profunda libertação.

 

Nota 1: para astro-curiosos estas são as observações astrológicas que levaram a esta interpretação: Lua Nova no último decanato de Peixes, no grau 26 (“The harvest moon illumines a clear autumnal sky”), no duad de Capricórnio (sistema, método). Conjunção com Quíron (dor/cura), quadratura com Marte em Sagitário (pressão para escolher uma direcção e ser missionário) e semi-sextil a Urano (intuir a urgência para decidir e avançar, arriscar). Trígono (harmonização que facilita) com Júpiter (o que salva) retrógrado (interiorização) em Escorpião (transformação, profundo) que é um dos dispositor da lunação. Neptuno, o outro dispositor da lunação, porque está em regência (puro, forte e autónomo), torna a lunação mais impactante.

Nota 2: Se tiveres algum ponto importante do teu mapa no grau 26 de Peixes (ou ali muito perto) então é natural que este mês seja particularmente importante para ti no teu processo de desenvolvimento e que sintas esta lunação com maior intensidade do que os outros.

Nota 3: A ti, que tiveste a paciência de ler isto tudo até ao fim, o meu agradecimento pela dedicação. Se te fizer sentido, se achares que pode ser útil a mais alguém, ajuda-me a partilhar.

 

Feliz Lua Nova de Peixes!

Eclipse Lunar na Lua cheia em Leão

Na última Lua Nova o convite foi que te abrisses à inspiração sobre a tua missão e que a nutrisses com todo o zelo e cuidado. Mas, eis que hoje chegou o Eclipse da Lua cheia em Leão e, antes que pudesses exibir, de peito feito, um bom resultado da tua missão, abre-se nele, no peito, um senhor buraco negro… um buracão! É a vergonha por algum descrédito ou desvalorização alheia? É medo de não ser aceite? É uma sensação de distância e isolamento e o temor da solidão?

Assim, para já, em vez de uma missão cumprida, parece que o que tens é uma missão comprida… tão comprida que sentes que, por mais depressa que a ponhas a correr, nunca mais atinges a p#t@ da meta, nem te deitas tão cedo na cama feita das rosas que sonhas que te lançarão no momento da tua desejada vitória.

Na minha visão, este eclipse fura planos egoístas, traz frieza no olhares externos, encontros desmarcados e tantos outros inesperados e uma profunda insatisfação com o que tens feito e tudo isto tem como propósito pôr-te a questionar a forma concreta que estás a dar à tua criação.

O foco na validação exterior fez-te esquecer que a ideia original não é obter o prazer do aplauso e da aprovação mas contribuir à tua maneira especial e única para uma sociedade mais bonita, para renovar os verbos que movem o mundo, custe o que custar e leve o tempo que levar?

Este eclipse exige mudanças na tua forma de actuação, para que voltes a atenção e a liderança da tua vida para o que é central e essencial para a alma que és, para a tua missão e preenchas o vazio que o eclipse abriu no teu peito com o que em ti é mais brilhante e amoroso, com o que vem directamente do coração. E sem dependeres de sinais externos de aprovação, que transbordes a partir do teu peito isso que crias, que é teu, que és tu, que é luz, para o mundo, em generosa doação!

Mas se (porque és humana/o) perdeste a motivação para a tua missão ou sentes falta de integração social, talvez agora ajude entrar numa espécie de colaboração com outros do teu grupo de loucos, numa união de mentes e projectos complementares para uma mais funcional e ampla participação – é que no limite o que importa não é a tua vitória solitária, mas cumprires, em fraternidade, a tua missão solidária!