No Equinócio da passada sexta-feira, o Sol entrou em Balança, o segundo signo de Ar, que é símbolo de estética, cultura, erudição, julgamento e de refinamento através do equilíbrio com outro.
Em Gémeos (o primeiro signo de Ar), aprendemos pelo questionamento e recolha de informação que são frutos da espontânea curiosidade e experimentação pessoal. Já em Balança não há à partida essa abertura inocente de Gémeos (até porque é em Balança que se exalta Saturno o planeta dos limites e da imagem social). Então, ao contrário de Gémeos, em Balança há perspectivas, “conhecimentos” e conceitos já formados e fechados com a chave da nossa própria mentalidade e educação, já “preparados e embalados” na mente prontos a servir à mesa de qualquer conversa. Mas, porque não somos perfeitos nem seres acabados, essas perspectivas, “conhecimentos” e conceitos estão também e acima de tudo prontos para serem testados e/ou desenvolvidos através da partilha e do debate justo e franco de argumentos.
Contudo, para que esse diálogo (seja ele interno, interpessoal ou “interqualquercoisa”) possa ocorrer (em nome da evolução e da realização do que é essencial para o 7º Signo), sem se transformar num confronto vazio (ainda que diplomático e civilizado de-mentes hermeticamente fechadas, como no confronto de dois espelhos fixos que, frente a frente, nada reflectem para além do vazio entre si) Balança precisa da coragem e iniciativa do seu signo complementar, Carneiro, para ultrapassar a resistência à perda da identidade, à perda da sua base de partida e à perda do estatuto conquistados com tanto conhecimento geminiano (limitado) acumulado e então rodar a chave para se abrir sinceramente ao outro ponto de vista, à outra informação, ao outro ser… com a leveza e agilidade de uma mente verdadeiramente despida de preconceitos e disponível para que o terceiro signo de Ar, Aquário (o inesperado, o rasgo, o génio, a luz), aconteça.
Só com esta abertura (e portanto vulnerabilidade) – nada fácil – melhora Balança a sua capacidade de julgamento, expande a sua cultura, refina o seu “conhecimento” e desenvolve uma verdadeira ESTÉTICA de relacionamento com a vida; a única estética realmente magnética para a vibração do Amor que se recebe, que se dá e que se faz no caldeirão alquímico do signo seguinte que é Escorpião.