Lua Nova em Virgem: o tempo do Templo

Este é o tempo do meu CORPO, o território físico onde habita a chama sagrada (o espírito) que me anima. Observo-o, não de fora, mas contemplando-o a partir de dentro, sentindo-Me. Deixo-me de tensão e dedico-lhe atenção pormenorizada. Detecto os maus hábitos para com o meu corpo (a má postura, as horas insuficientes de sono, a alimentação desregrada, a falta de exercício e de sol e de sal, a crítica excessiva…) e corrijo-os de imediato, alinhando-me com o que a intuição e a lógica me dizem que é o melhor. Purifico o meu corpo para que seja digno do Eu que o vivifica. Agora, cuido da minha saúde.

Este é o tempo do meu TRABALHO, a actividade a que me dedico todos os dias e que me faz sentir funcional e devidamente encaixada num todo maior. Analiso detalhadamente as minhas rotinas (os métodos e meios que uso, a sequência das etapas, a qualidade das ferramentas, a relação com os colegas) e avalio a sua pertinência e real utilidade. Verifico se o que faço na prática é estimulante para mim, se está de acordo com aquilo em que acredito e se a experiência que acumulo se vai transformando em maior conhecimento e competência. Identifico onde e como desperdiço tempo e talento para assim reorganizar as minhas tarefas e agenda. Reprogramo o dia-a-dia para desempenhar com maior eficiência todas as funções que me proponho cumprir e sonho que as gotas de suor do meu rosto se juntam às de todos os outros num regadio que assegura a fertilidade da Terra e as boas colheitas. Agora, cuido do meu serviço ao mundo.

Este é o tempo do meu RITUAL, o momento em que, de olhos semicerrados, me aproximo deliberada e metodicamente do Caos, pai de todas as coisas, para humildemente devolver os materiais que não fui capaz de usar, as ideias que não estive à altura de implementar, as situações a que, por apego, me agarrei tempo demais e tudo aquilo que na minha pequenez não consigo suportar mais. Em troca, abro-me para receber do Caos uma inspiração inseminadora que, dentro das minhas capacidades e limitações, eu esteja à altura de assimilar, compreender e materializar na Terra, de maneira a ajudar a criar uma nova ordem, melhor para todos. Agora, cuido do meu altar.

 

A Lua nova em Virgem é o início do tempo do Templo – a estrutura arquitectada para o culto da Vida. O tempo de aprimorar o corpo, o trabalho e o ritual. Com o altar limpo, o serviço afinado e a saúde renovada, nutrindo no ventre um profundo desejo de aperfeiçoamento, estou pront@ para um novo ciclo.

 

 

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O eclipse e as tábuas da remodelação

tábuas da remodelação

Em período de eclipses, os senhores das obras (Saturno e Plutão), de alicate em punho, arrancam os pregos enferrujados das tábuas da nossa vida já meias comidas pelo bicho.

Serras, lixas, pó, ruídos arrepiantes e ensurdecedores, uma grande azáfama para concluir o serviço de remodelação antes que a luz se apague. As tábuas da Lei, do soalho e até das portas antigas onde se gravaram nomes dentro de corações rangem amedrontadas com a desconstrução que é certa.

Tão implacáveis quanto competentes os senhores das obras falam assim:

– Ó Saturno, esta tábua tá boa?

– Essa podre? Óbvio que NÃO, Plutão!

E atiram-na à bruta pró monte de entulho da demolição.

Uma por uma, todas as tábuas, (en)traves, vigas, rodapés malvados com letras pequeninas, e toda a sorte de r.i.p.as de estruturas disfuncionais onde nos temos apoiado são minuciosamente inspeccionadas pelos peritos senhores das obras. É simples o seu critério: se tem caruncho não é tábua de salvação!

Bem longe da obra, ao norte, uma menina feliz (Vénus), sem história nem apegos, faz tábua rasa dos conselhos dos velhos do sul e sonha. Dentro do sonho – para nós orientador – um jardim hexagonal de Flores da Vida e, no seu centro, junto à fonte sagrada, a sua nova casa toda reconstruída em Tábua de Esmeralda.

eclipse lunar

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Mercúrio retrógrado e o retrovisor

retrovisor

A vida é tão simbólica no seu movimento natural que um olhar desperto dispensa qualquer interpretação astrológica.

Saio de casa sem grande vontade de sair. Quando vou para abrir o carro, o retrovisor do lado esquerdo está desencaixado, tombado, suspenso por umas molas metálicas junto à dobradiça da porta.

“RRR#%!#! Não posso conduzir sem este retrovisor!”.

Sincronicamente, no céu, Mercúrio (o planeta da mente, comunicação, transportes) acabava de estacionar para ficar retrógrado (o movimento de andar para trás).

NÃO, não quero com isto pôr a tocar o disco riscado de que os períodos de mercúrio retrógrado trazem avarias nos carros! Também não me apetece aqui fazer uma lista de supermercado das ideias relacionadas com a retrogradação de mercúrio (rever, voltar a ver, revisitar, recolher informação, retomar, recordar, rrrrrre….) – não me apetece. Assim como assim, há para aí imensos “memes” virais (ou serão virulentos?) nas redes sociais cheios de budinhas e sabedoria fast food low cost pronta a ser de-gustada que mais uma dose não acrescenta nada…

O que quero partilhar é que se estivermos atentos, a vida é por si só suficientemente poderosa a mostrar as mensagens que precisamos receber. E estamos mais capazes de as reconhecer e receber ESPECIALMENTE quando Mercúrio está retrógrado – então é de aproveitar este oráculo orgânico gratuito nestas semanas até 1 de Agosto (gratuito, ah? Maravilha ?).

 

Retrovisor <=> o espelho que o condutor usa para ampliar o ângulo de visão, olhar para a retaguarda e ver as imagens do que vem ou está atrás. Ajuda a avançar e a fazer manobras com mais informação espacial e por isso mais segurança.

Se quero andar para frente, primeiro tenho que concertar o que me impede de olhar para trás. Mais ainda: olhar para trás é fundamental para avançar com mais informação que me permita decidir com segurança.

Muito óbvio, mas … quem tem carta (não a astrológica, que cada um tem a sua, é a outra que dá autorização para conduzir!) sabe que mesmo com um bom retrovisor há um ângulo cego de visão e ter consciência desse ângulo impede muitos acidentes.

Afinal, o retrovisor (olhar para trás) não chega para ampliar completamente o ângulo de Visão e se calhar até foi para reforçar essa ideia que a vida me fez o favor de desencaixar o espelho. Ok, então eu preciso de olhar para trás (check) e ainda de descobrir ou inventar uma forma de cobrir esse ângulo cego de Visão antes de tirar o carro do ponto morto.

Mensagem matrioska recebida cheia de símbolos, e símbolos dentro de símbolos, dentro de símbolos.

Bem, o retrovisor já está no sítio, preso provisoriamente com fita cola, antes de o levar à oficina. Quanto ao ângulo cego de visão do qual preciso ter consciência para evitar acidentes, vou experimentar fazer silêncio e fechar os olhos – pode ser que assim veja bem mais e melhor.

 

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Nota: É muito bom olhar para um mapa astrológico e conseguir imaginar a vida, mas é ainda melhor olhar para a vida e nela ver o céu. Se te interessa explorar os símbolos da linguagem astrológica para que possas ver por ti mesmo/a, num sentido ou no outro, estou disponível para partilhar contigo o que sei através das aulas livres.

Dias marcantes

dias marcantes

 

Estes têm sido e continuarão a ser dias bem marcantes.

O sol em Gémeos ainda em oposição a Júpiter retrógrado e em quadratura com Neptuno vai dando informação do desfasamento que existe entre a expectativa que tens (ou que tinhas) e a factual realidade. E nisto, percebes que tens em mãos decisões a tomar e ajustes a fazer sobre o teu processo pessoal de crescimento e que talvez os próximos dois meses sejam importantes (decisivos!) para pôr em movimento aquilo que é essencial ao salto para um novo patamar.

Simultaneamente, a fortíssima activação do eixo Caranguejo-Capricórnio, especialmente com a presença de Marte em conjunção ao Nó Norte em Caranguejo, conduz-te de volta para dentro, para a esfera mais emocional, familiar, para o passado, para as feridas na alma que ficaram por sarar e para a dimensão dos sonhos. Por isso, não há vontade de fazer muito externamente com o tanto que se passa dentro. Tantas emoções para expressar, assumir e arrumar, tanto passado para re-significar, tanta família para confrontar, tantos impulsos a irromper, tantos cortes infantis e despedidas, tantas batalhas a ter que perder, tanto trabalho em casa por fazer…

Neste regresso às questões internas (e às que ficaram mal enterradas) e de confronto com expectativas é fácil escorregar, perder a verticalidade e o senso de direcção e justiça.

Então, talvez seja importante não te deixares consumir pela zanga e reactividade (Marte em Caranguejo) nem dominar pela ambição de domínio (Saturno-Plutão em Capricórnio), segurando no coração o foco essencial do momento que é o desenvolvimento da sensibilidade e receptividade em cenário de exigência e de fim.

Assim, não reajas. Em vez disso, decide abrir um vazio interno para que possas receber um insight, uma inspiração, uma mensagem divina antes do necessário movimento de resposta.

Desse encontro fértil entre o silêncio e a inspiração superior nasce a acção dirigida pela alma assim como a grande maturidade. Acção e maturidade renascidas e reunidas habitarão juntas o teu espaço interior renovado, e assim fechas em beleza mais um capítulo do teu livro de existência.

 

PS: Sobre este assunto escrevi também na edição de Junho da revista Observa Magazine nas páginas 40-41, que te convido a ler.

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Lua Cheia em Escorpião com Marte em Caranguejo e Vénus-Urano em Touro

lua cheia de escorpião 2019 inesbernardes

Hoje, dia 18 de Maio de 2019, temos a Lua Cheia em Escorpião, no grau 27.

Esta lua cheia abre portas para revisitação do passado e assinala um importante período de esclarecimento sobre o que tem ou não tem valor actualmente na tua vida, de maneira a poderes decidir sobre o que transportar para o futuro.

[Nota: o que tem valor provavelmente é o que dá paz interior e conquista-se em batalha com as próprias sombras com a determinação de um guerreiro. A paz interior é muito diferente da paz podre mantida para as aparências e para não perturbar o status quo – digo eu] .

O que constatas agora que, de facto, tem valor para a nova versão de ti mesmo/a apesar de ser um pouco estranho, invulgar, radical, não testado previamente ou até chocante (por exemplo: um relacionamento, uma atitude, uma ideia, um objecto, uma proposta…) pode e deve ser aprofundado ou posto em funcionamento sem reservas, enfrentado o medo de não teres a maturidade, a estrutura e a força suficiente para conduzires a situação para a frente, até às últimas consequências.

O aprofundamento e a fusão com aquilo que te é intuitivamente mostrado pela tua alma que tem valor, conduzir-te-á ao contacto e exploração de camadas mais refinadas de prazer, segurança e conforto face às incertezas que por agora compõem a tua vida e que vieram para ficar durante mais 7 anos.

Por sua vez, o que neste momento verificas que já não tem valor, já não te alimenta, já não gratifica… das duas uma: ou transformas a sua função num rasgo criativo para que isso (repito: um relacionamento, uma atitude, uma ideia, um objecto, uma proposta, etc…) possa acompanhar a tua necessidade premente de maior prazer e liberdade e assim cumprir ainda algum propósito bonito na tua vida ou então simplesmente eliminas, descartas e entregas aos deuses para que Eles se encarreguem amorosamente da sua reciclagem enquanto tu te encarregas do que só a ti compete: a renovação da qualidade da tua própria existência e comportamento, apesar das inseguranças e dos imponderáveis.

A insistência em manteres o que já está mais que visto que não te serve é garantidamente um caminho escorregadio que conduz ao poço fundo e estreito das emoções doentias e apegos repetidos, tóxicos, a cheirar a mofo, que te envenenam, abafam a voz da intuição e te mantêm eternamente inseguro/a, frágil e infantilizado/a.

Para aproveitares a oportunidade desta lua cheia em Escorpião há que antes de mais avaliar a situação e então aprofundar, reciclar ou eliminar dependendo da conclusão a que chegas sobre o (teu) valor. A lua cheia traz mais luz e clareza no processo de avaliação (isso é garantido!), o resto só depende da tua coragem para travares batalhas sadias que te colocam ao serviço da alma e da renovação.

 

Feliz lua cheia!

PS: sobre este tema da lua cheia em escorpião lê também o meu artigo da edição de Maio na revista Observa Magazine nas páginas 40-41.

 

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Júpiter retrógrado em Sagitário

Júpiter retrógrado em Sagitário

Júpiter iniciou ontem o seu movimento retrógrado em Sagitário, que só terminará em Agosto.

Em Novembro do ano passado, quando Júpiter ingressou em Sagitário, todos nós (nas nossas vidas pessoais) começamos a ter oportunidade de crescer, de nos aventurarmos e de alargar horizontes.

Esta expansão pessoal, que terá sido mais pronunciada numa ou noutra área de vida, gerou certamente melhorias e maior confiança em relação a alguns assuntos, facilitou a expressão e o desenvolvimento de harmonia em alguma facetas do nosso ser, mas também terá criado alguns excessos, desafios e dores de crescimento.

Agora, com Júpiter retrógrado, temos a tarefa de abrandar, olhar para trás e avaliar a forma como crescemos (ou não crescemos) nos últimos 5 meses. Se continuarmos a expandir (em busca de mais, mais, mais) indiscriminadamente sem reflectir, corremos o sério risco de criar caos.

O abrandamento e introspecção necessária nesta fase abre a via de comunicação com o nosso “guru” interno, que nos vai impregnar com melhores inspirações e direcções para alcançar o progresso pessoal que almejamos.  Assim, até Agosto, podemos focar-nos em reorientar o processo de expansão e a partir de meados de Agosto dar continuidade à aventura, liberdade e crescimento da melhor forma possível, num patamar superior de consciência!

Sobre este tema escrevi também na edição de Abril da Observa Magazine, nas páginas 42 e 43 com algumas notas signo a signo.

 

Reconheces, na tua vida, em que é que tem consistido esta expansão pessoal? É claro para ti quais são as afinações ao processo de crescimento, a reorientação que é necessário fazer durante os próximos 4 meses? Se tens dúvidas, poderá ser importante desenvolver este assunto numa consulta privada de modo a que possas tirar maior proveito das oportunidades disponíveis. Para agendar uma sessão entra em contacto comigo! Até já!

 

O beijo entre o rio e a margem

 

O beijo entre o rio e a margem

Uma das maravilhas dos períodos de retrogradação de Mercúrio é termos oportunidade de ver sob melhor luz o que já tinha sido visto de relance e assim poder captar níveis mais profundos ou subtis da informação disponível. Às vezes melhor luz é menos luz. Um pouco menos de luz e revelam-se formas que já lá estavam mas que não se percebiam antes.

Ontem, durante uma caminhada num percurso algures no Douro interior, ao atravessar uma ponte de madeira sobre um pequeno rio, perdi-me no tempo a contemplar as cores e os brilhos da paisagem. Tirei muitas, muitas fotos na tentativa (inglória) de captar o que de indescritível os meus olhos ali “viam”. Mas o que realmente me fascinava não era visual, era o que me chegava ao nariz. Se alguém já tivesse inventado a “máquina fotográfica” dos cheiros, eu tê-la-ia usado furiosamente para captar muitos instantâneos daquele momento porque, ali, cheirava nitidamente ao aroma da paixão.

Naquele ar, naquela terra, naquela água havia um fogo especial: paixão – aroma inequívoco e bom de se cheirar. A impressão daquele lugar era simultaneamente tão sensual e poderosa que podia ter acabado o percurso ali mesmo que já iria feliz para casa.

Continuamos alguns quilómetros mais e ao fazer o caminho de regresso passamos novamente na ponte. Como o sol já ia um pouco mais baixo, aquele cenário estava agora à sombra; as cores antes tão vibrantes empalideceram e deram lugar a outros contrastes e espelhos… mas o aroma a paixão era o mesmo ou até mais forte! Pensei: “Vou tirar aqui só mais uma foto para ver mais tarde a diferença” . Liguei a máquina e foi então que o Mercúrio retrógrado em Peixes nos céus (e dentro de mim) fez a sua magia: No ecrã, um palmo à frente do nariz, um óbvio e surpreendente BEIJO entre o rio e a margem.

O beijo entre o rio e a margem já lá estava à ida, mas a luz era tão intensa e as cores superficiais tão gritantes que mascaravam a forma principal, a causa do aroma da paixão. À vinda, sob outra luz, com menos luz, a água e a terra (num sextil de ver estrelas) revelaram-se claramente num beijo apaixonado.

Este meu passeio pelo Douro Interior chegou ao fim, mas a retrogradação de Mercúrio ainda vai bem no início! Felizmente, até dia 28 ainda há muito tempo para fazer caminhos pelo ouro interior, caminhos de volta, de regresso, percursos com menos luz ou até de olhos fechados (porque há imagens que só se revelam no escuro) e se Mercúrio está em Peixes o que conduz (pelo menos para já) é a sinestésica mistura dos sentidos. Por isso diria (se me perguntassem!) em tom de recomendação que, em caso de dúvida, é fechar os olhos e “ver” se, isso que inquieta, cheira (ou não!) ao aroma da paixão.

Mercúrio em Peixes: o rio beijou a margem

Feliz retrogradação de Mercúrio em Peixes e inspiradores passeios internos!

Quíron em Carneiro (2019-2027)

Quíron em Carneiro
Quíron sai de Peixes

Nos últimos 9 anos, Quíron, o planetóide esquisito de órbita excêntrica transitou em Peixes.

Durante a sua passagem por Peixes, desde 2010 até hoje, o convite fundamental que Quíron nos fez foi que curássemos as partes de nós que se sentiam desligadas de Unidade Divina; que curássemos a tristeza que nasce da sensação de estarmos perdidos, abandonados por Deus, a caminho de um fim, sem controlo sobre absolutamente nada nem ninguém.

A cura para este sofrimento difícil de nomear requeria na essência a combinação de 5 atitudes:

  • a abertura do ser a dimensões de natureza espiritual;
  • a vulnerabilização emocional;
  • o sacrifício das ilusões, das distracções e dos vícios, em nome de uma maior purificação do corpo e da alma com vista a uma percepção mais límpida e abrangente da realidade, ou seja visando o desenvolvimento de uma maior sensibilidade para com tudo e todos;
  • a aceitação (não rejeição) das visões, inspirações e intuições que de múltiplas formas emanaram da fonte com ordens estranhas e irracionais (“estarei a ficar louc@?”) que, sem qualquer tipo de garantia ou definição, encaminhavam para a criação de silêncio e de vazio;
  • o perdão e a libertação de tudo e todos que de alguma forma nos feriram e o desenvolvimento da bondade, do altruísmo e da empatia – no fundo da misericórdia (sem paternalismo) através da doação do que de melhor fluísse através de nós.

 

Para muitos, o processo de cura foi adiado pelo medo de tocar em tão incompreensível ferida. E assim a dor continuou por debaixo das máscaras ilusórias de uma felicidade irreal, por detrás de vícios ansiolíticos, escondida nas conversas vãs e evasivas, na base das mil e uma maneiras de estar ausente ainda que de corpo presente, enfim, no âmago de todos os subterfúgios e tentativas de escapatória ao aqui e agora… porque se ignorou o facto de que essa dor de separação estava em todo o lado, sempre.

Felizmente, muitos outros renderam-se e entregaram-se a um processo de Cura emocional, viveram, no limite, o milagre da salvação e, no mínimo, uma substancial melhoria da sua ligação à totalidade divina! E hoje celebro isso!

Celebro esse caminho de reconexão espiritual por tantos percorrido e celebro também a entrada de Quíron no signo de Carneiro!

 

Quíron ingressa em Carneiro

Hoje, Quíron ingressou em Carneiro onde irá transitar até 2027! Com este ingresso, o convite de Quíron muda de tom, sugerindo a cura do nosso herói interno.

Ao longo do caminho que fizemos até aqui (nesta encarnação e em vidas passadas) teremos, cada um no seu contexto, passado por circunstâncias que nos fizeram acreditar que a nossa maneira de ser era inadequada, que a nossa forma de agir era ineficaz, que as nossas batalhas eram em vão, que o nosso estilo de afirmação pessoal era incomodativo ou que aquilo que nos tornava diferentes era inconveniente ou insuportável.

Em certa medida, estas experiências de reprovação e bloqueio tinham como propósito promover a moderação dos excessos de egoísmos, de rudeza e de impreparação e despertar a verdadeira força e a coragem de lutarmos por aquilo que para nós era correcto, mas o acumular de situações de derrota e de rejeição da nossa individualidade, quer na esfera mais privada quer na esfera social, foram gerando gradualmente o medo de agir por iniciativa própria  e o medo de expressão espontânea, mantendo-nos inseguros e dependentes da validação externa.

Por medo de ficarmos sozinhos e indefesos, fomos então renunciando à nossa própria vontade, tolhendo os nossos impulsos e mascarando a nossa verdadeira face para que nos sentíssemos aceites, integrados e protegidos.

Com a passagem de Quíron em Carneiro, estas feridas serão previsivelmente tocadas pelas circunstâncias das nossas vidas particulares e a dor reaparecerá para que possamos tomar consciência dela e curarmo-nos.

Face à dor temos fundamentalmente três opções de resposta. Duas que provocam a prazo ainda mais dor e uma que facilita a Cura.

O que nos provocará mais dor:

  • Tentativas de evitar a dor – fugindo aos confrontos e às decisões, mantendo-nos em situações de dependência e ocultando o que realmente somos e o que queremos;
  • Tentativas de disfarçar a dor com gestos de compensação do medo – tornando-nos excessivamente defensivos e agressivos, competitivos, precipitados, auto-centrados e rudes.

O que nos ajudará a encontrar a cura:

  • A força e a coragem de atravessar a dor e ultrapassar o medo – assumindo quem realmente somos e o que faz de nós diferentes, expondo com sinceridade as nossas vontades e intenções, lutando pelo que queremos, agindo com mais autonomia (fazendo cortes e ficando sozinh@ se for necessário), tomando decisões, arriscando.

Em Carneiro, este processo de cura, que no fundo é um processo de auto-descoberta e de conquista, será provavelmente sentido como urgente e poderá ser surpreendentemente rápido, haja para tanto vontade e coragem de enfrentar a dor.

Durante este período, se souberes ir dando respostas correctas à proposta de cura que Quíron em Carneiro faz, é simplesmente natural que ganhes confiança na tua verdadeira identidade e na capacidade de tomares iniciativas, o que conduzirá à expansão da tua criatividade, à redescoberta da paixão pela vida e à missão de espalhares sementes de sabedoria.

 

Se sentires vontade de explorar este ou outros temas da tua vida através do teu mapa astrológico, marca uma sessão comigo.

 

Lunação de Aquário – na revista Observa Magazine

Há uns meses (provavelmente em Novembro) escrevi um texto para a edição de Fevereiro da revista Observa. É sobre a lunação de Aquário que está activa desde o dia 4 de Fevereiro até 6 de Março.
Ontem, quando esta edição saiu, reli o texto pois não me lembrava exactamente o que tinha escrito e o que é engraçado (pelo menos para mim) é que me foi bastante útil porque, apesar de não ser destinado a ninguém em particular, acaba por descrever o que sinto neste momento e fez-me ver o meu próprio cenário actual noutra perspectiva.
O meu desejo é que, de alguma forma, também te seja útil, no teu contexto pessoal, por estes dias.

Deixo aqui o link para a revista – o meu artigo de Astrologia está nas páginas 40-41.

https://observamagazine.pt/

 

Solstício de Dezembro (2018)

Ao longo do ano, há 4 momentos cruciais que assinalam o início das estações e renovam a energia na Terra. Estes momentos são os equinócios e os solstícios que ocorrem quando o Sol ingressa num signo cardeal (Carneiro, Caranguejo, Balança ou Capricórnio).

Hoje, dia 21, o Sol entra em Capricórnio, marcando o solstício de Dezembro – começa o Inverno a norte do equador e o Verão a sul. O mapa astral do momento do solstício mostra os principais desafios e oportunidades que estarão activos de 21/12/2018 a 20/03/2019.

Neste mapa, o Sol (a luz) está conjunto a Saturno em Capricórnio (planeta e signo da exigência) acentuando o convite ao desenvolvimento de rigor, disciplina, seriedade e estratégia.

Na verdade, há já um ano que Saturno nos exige um nível superior de maturidade e de controlo sobre as nossas vidas. Para tal, tem-nos confrontado com os erros e as responsabilidades que já não podemos ignorar e tem-nos questionado sobre as ambições, o progresso feito, o rumo da vida profissional, o contributo que fazemos para a sociedade e, acima de tudo, sobre a realização das aspirações da alma.

Neste período, seremos sistematicamente recordados da necessidade de nos avaliarmos, de traçarmos planos de reestruturação pessoal, profissional e social… e de cumprirmos esses planos!

Aqui está o principal desafio dos próximos 3 meses: sermos capazes de cumprir os compromissos e planos, apesar das dificuldades. A que se deverão as dificuldades?

  • Às crises de autoestima (Vénus em Escorpião);
  • Ao senso de estarmos perdidos e de sermos incapazes de corresponder às exigências (Sol em quadratura com Marte-Quíron em Peixes);
  • Ao desânimo devido à ineficácia das acções motivadas por excesso de idealismo (Marte em Peixes);
  • Aos episódios de rebeldia para fugir à pressão da realidade (Sol em trígono com Urano retrógrado em Carneiro);
  • À tendência à dispersão, à dúvida e ao risco de incoerência (Lua em Gémeos em quadratura com Marte em Peixes e Mercúrio-Júpiter em Sagitário em quadratura com Neptuno);
  • À maior permeabilidade à manipulação e à propaganda (Vénus em Escorpião em trígono a Neptuno e Mercúrio em quadratura com Neptuno).

É fundamental não nos deixarmos iludir nem desviar das batalhas correctas assim como garantir que estamos alinhados com a nossa ética, evitando esquemas e tentativas de fuga à responsabilidade.

Mas, os próximos 3 meses têm também importantes oportunidades: o cérebro direito estará mais activo e ávido por imagens, música e metáforas, potenciando os processos terapêuticos, a criatividade e a intuição. Os chamamentos da alma estarão mais fortes e muitas serão as inspirações para experimentar outras possibilidades, assim como para perdoar e encontrar as ideias e linhas de diálogo que nos libertarão de relacionamentos tóxicos e de dívidas aprisionadoras. A sensibilidade (artística e empática) estará em alta e se houver verdadeiro esforço altruísta e habilidade com as palavras é possível, neste período, ter aprovação para dar vida aos ideais e às criações que favoreçam objectivos colectivos.

Feliz Solstício!