Serpente frita

Mau é não saber lidar com ela, terrível é não a reconhecer em toda a parte. Se não em ti, pelo menos fora. Serpentes em todas as frentes, para toda a gente, como se vê no mapa do céu: Lilith destacada, destapada.

À tua espera entre as varetas de um guarda-chuva feio (de que não gostas) e que só abres para te cobrir convenientemente do temporário temporal, ou enrolada na asa de um cesto que queres pegar, mas não podes, no rasto de tinta de uma assinatura incerta, à espreita na manga de um aperto de mão frouxo, mal dado, em quase tudo que é pecado, lá está ela, poderosa, ubíqua, universal.

Tens visto muitas? Alguma em especial? Seduziu-te? Mordeu-te? Olha que arde!

São uma tentação, eu sei, por isso devoro-as ao pequeno almoço: serpente mal passada, de pele a estalar na sertã, cubro-a com sal e molho de veneno picante e um punhado de ervas míticas de Asclépio só para avivar o sabor que é vagamente a maçã.

Sei que em excesso dá loucura, sei. Não posso exagerar, não posso… senão é ela quem me cozinha e come por dentro e rato não sou, nem inocente. Lilith em Balança entre Marte e Plutão é para tomar com moderação. Pedaços de encantamento e lucidez, é Serpente frita no wok ch Inês.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Para mais receitas encriptadas ou consultas de Astrologia contacta-me